10/12/2009 11:02:00 PM Comment1 Comments

E por que não, doravante, dar bom dia ao sol e boa noite à lua?

10/06/2009 06:35:00 PM Comment1 Comments



Pessoas cansadas de algo, em geral, adquirem dois comportamentos: ficam quietas ou reclamam de tudo que lhes cansa. As últimas, normalmente, são chamadas de resmungões. Eu canso, logo resmungo.
Daí os cansados, em sua maioria, tomam duas atitudes diferentes: normalmente os quietos descansam, angariando forças para resolver o problema mais tarde. E os resmungões reclamam até ficarem cansados de reclamar, daí tornam-se quietos e vão descansar com o objetivo de angariar mais forças (leia-se reclamações, também) para resolver o problema.
É verdade que, em algum ponto, todos os cansados ficam quietos, concordo. Mas há um diferencial entre passar (ou não) pela fase das reclamações: a paciência. Os quietos preferiram não gastar sua paciência, seja por achar o problema irrelevante, seja por conseguir racionalizá-lo de tal forma que chegaram à conclusão de que era melhor deixar "esfriar". Mas, eu esquento.
E o que acontece com os que esquentam? Bem, talvez eles resolveram reclamar por terem dado tamanha importância ao problema que é necessário resolvê-lo imediatamente. Quando veem que não conseguirão resolvê-lo, ficam quietos e esfriam. Porém, esse processo de resfriamento pode tornar o que antes era mero calor(raiva) em azedume(abuso). O que traz, finalmente, a duas formas de resolver o problema.
Os que esfriam sem azedar, independente de terem passado pelo processo da reclamação, racionalizam o problema e o "consertam" de alguma maneira.
E quanto aos que se abusam?
Bem, esses se livram do problema, seja jogando ele fora, seja cortando relações, seja ignorando-o. E ficam satisfeitos com a solução que deram. Um final feliz para todos!

P.S: Há casos em que eu me abuso, nem tudo é perfeito, não é mesmo? Nunca achei que a busca por perfeição e a felicidade coexistissem.

P.S²: Por exemplo, essas três primeiras linhas problemáticas, cansei de tentar consertá-las, abusei e agora as ignoro (:

7/05/2009 07:10:00 PM Comment2 Comments

Fria manhã, apática, chuvosa. Manhã excepcional de janeiro, comum em julho. Sensação fria, excepcional nesse jovem, comum para alguns. Sentir o princípio do fim é doloroso. Saber do princípio do fim é angustiante, torturante por ansiedade. É de se apegar a uma esperança, solitário desejo. Que não doa tanto quanto se imagina. Incrível como, de maneira inconsciente, lidou com o prazo. Acordou um minuto antes de o despertador forçá-lo. 4:59. Não queria sentir o susto, a pancada da realidade, mas desejava prolongar seu transe fugitivo o quanto fosse possível. Evitar a pancada faz parte do desejo de que não doa tanto quanto se imagina.

Fez o caminho de maneira inerte. Prova de que hábitos tendem à inércia. Na hora habitual, chegou ao destino. Lá a achou, sua conselheira, companheira, vítima de pancadas, causadora de suas dores. Com quem tinha um encontro diário, a única que o abraçava constantemente, um abraço que o fazia parte dela,engolia, acolhia. Ele, sentindo-se pequeno em sua imensidão, não era obstante em tentar conhecê-la em cada novo amplexo. Contudo, naquele dia, estava mais fria que o normal. Bem como mais lacônica. Ao tocá-la, foi como se cada parte de seus corpos estivesse sendo ferida. Um abraço cortante. Um afago invertido.

Iniciou o que devia fazer. A rotina, cumprir a rotina. Começou tão cedo que parecia infindável. Agora estava diante do (nunca tão cogitado) fim. Da outra borda. Os temidos últimos cinquenta metros que deveriam ser os mais rápidos, em tal dia, prolongaram-se com uma preguiça maliciosa. Pancada da realidade. Era preciso aceitá-la, não se pode viver no transe fugitivo dos sonhos, por mais que se insista em esticá-lo.

Nesse dia, e somente nele, é consentida, aos que se encontram nesse contexto, uma honra. Recompensa, talvez. No derradeiro dia de seu convívio, poderia passar com ela quanto tempo quisesse, o quanto fosse “suficiente”. E assim o fez. Como se prolongar a dor fizesse dela menos intensa. Procurava o cansaço e a exaustão para que esses preenchessem o vazio ameaçado de ocupação pela melancolia. Não obteve nenhum dos três. Sentiu torpor e para ele foi suficiente. Estava pronto para abandoná-la. Ela causou-lhe torpor, não havia motivos para manter contato.

Saiu. Deixou-a fria e imóvel. Prometeu-lhe voltar. Ali achou a melancolia. Agora, encontra cansaço e exaustão nas suas tentativas de retorno. Pancadas da realidade.

6/18/2009 10:47:00 PM Comment1 Comments

O sentimento sincero que tive ao receber a notícia foi indiferença. Eu já havia comentado com algumas pessoas, antes, que era a favor da obrigatoriedade (continuo sendo), mas se a lei fosse revogada eu não teria grandes problemas.Sinto um pouco pelos futuros estudantes de jornalismo, que podem perder o estímulo, mas em toda profissão há uma série de dificuldades, cabe a cada um aceitar as que lhe são impostas se realmente deseja atuar na área, caso contrário, desista. É uma pena que se desista de estudar jornalismo por causa do mercado. Numa visão bem funcionalista, eu vejo a imprensa como instituição e, sendo pouco liberal, acho que instituições, quando possuem grande repercussão na sociedade, devem ser reguladas. Vejo a formação acadêmica como melhor meio possível para adquirir as competências necessárias ao exercício do jornalismo, bem como qualquer profissão, e, por achar que a sociedade merece os profissionais mais competentes possíveis, penso que o diploma deve ser obrigatório. Contudo, como a teoria funcionalista bem diz, quando uma instituição falha, as demais são prejudicadas. A educação no Brasil está falha, por isso, nem sempre os melhores profissionais vêm da academia, talvez até por terem achado desnecessário "submeter-se" a ela. Poderia haver um jornalismo melhor se todos fossem diplomados, ao menos é nisso que acredito. Mas, para que meu argumento a favor da obrigatoriedade do diploma surta efeito, a educação precisa ser mais regulada (leia-se consideravelmente melhorada) , a fim de gerar profissionais de competência inconstestável. Assim, o diploma não seria uma mera prova de conclusão de curso, mas atestado de excelência. Claro, sempre haverá aquele que se forma e não é tão competente, mas não se deve comprometer uma instituição inteira e, por consequência, uma sociedade, por causa de exceções. Essas exceções não teriam vez no mercado de trabalho.E é nessa crença de que incompetentes não têm vez no mercado que me apoio para seguir meu curso, estudando com afinco, a fim de tornar-me o melhor profissional que posso ser. É nessa crença que também reside minha indiferença, se eu for bom, haverá lugar pra mim, se não for, serei engolido pelo mercado. Vivo no capitalismo, o aceito e admiro. Só acho que concorrência deveria existir entre formados, afinal de contas, existe uma razão para que esse ensino seja chamado de superior, pena que ela não seja tão evidente na realidade brasileira. Por isso, indiferente sou.

6/16/2009 03:08:00 AM Comment1 Comments


Dentre os costumes do grilo, um inusitado sempre se percebia.

Ele ria! Sim, o fazia, normalmente, três ou quatro vezes ao dia.

Ria sozinho, solitária alegria cultivava.

E aquela risada, sempre questionada, o que diacho significava?


O motivo permanecia não revelado,

Pois o humor do grilo era bastante malvado.

Por isso, muitas vezes, continha seu prazer

Que sempre nascia de deboches do alheio fazer.


Como um galo, crispando a crista

Com seus critérios criava a lista.

Criticava criaturas, cristalino, criativo.

Nem crismado cristão escapava de seu crivo.


Mas, o inseto encontrou quem das piadas risse,

Alguém que via graça em meio a tanta canalhice.

Agora, pode compartilhar seu humor, antes mesquinho

Pois, doravante, esse grilo não mais rirá sozinho.

6/04/2009 12:02:00 AM Comment0 Comments


Entre mim e minha irmã há uma diferença de cinco anos, muitos quilos e alguns centímetros. Quando ela nasceu e eu demonstrava ciúmes, meus pais sempre disseram: "Quando chega alguém novo em um lar, cabe aos antigos donos demonstrar hospitalidade". Mas, eu tinha apenas cinco anos, não entendi de todo a importância dessa frase.
Por isso, ao longo de nossa convivência, brigamos muito, discutimos e agredimo-nos fisicamente, coisa de pivetes. Porém, quando ela começava a chorar durante uma briga, por ser mais jovem e, em consequência, mais frágil, minha mãe brigava comigo, por mais que a pequena Júlia tivesse me mordido, deixado marcas, arranhões. E restava em mim a indignação. Como poderia eu levar a bronca (às vezes única, às vezes maior) por ter brigado, afinal de contas, minha mãe também dizia que "quando um não quer, dois não brigam"? Depois de certo tempo (e com ele mais brigas), concluí que o caçula pode até não ser inocente, mas o mais velho é o mais responsável, por ser maior, por saber das regras da casa, por ser mais forte.
Não nego que, por muitas vezes, minha irmã foi implicante e provocativa, não. Mas, com o passar do tempo, aprendi que a paz e tranquilidade de meu lar não mereciam ser destruídas por brigas que não levam a lugar nenhum. Ou melhor, levam a rupturas, pequenos abismos, onde dentro se enxerga o nada, que não deixa de ser lugar nenhum.
Contudo, da fragilidade de minha irmã também nascia a sensibilidade para ser a primeira a pedir desculpas, assim ela sempre me provava que seu amor fraternal era maior que meu orgulho.
Entre o laranja (às vezes) provocativo (ou meramente enérgico) e o branco pacificador há várias diferenças, tanto ao impacto causado aos olhos, quanto à composição da cor. Segundo a física, o branco possui todas as outras. Talvez, diante de toda essa confusão, faltou uma mãe que gostasse de todos como qualquer ser gosta de suas duas mãos, de maneira igualitária, apesar de estar mais acostumado com uma. Acho que ela saberia dar a bronca.
Portanto, venho aqui repetir a ação de minha irmã após as brigas.


5/25/2009 09:20:00 AM Comment5 Comments


Há um bom tempo tenho analisado a diferença entre saber de algo e realmente aprender sobre tal assunto. Certos assuntos faço questão de demorar analisando, como alguém que,antes de prová-la, observa, por um instante, alguma inguaria que nunca comeu. Ontem ouvi uma frase e hoje parece que comecei a aceitá-la. "Pessoas não pertencem às outras para sempre". Não mesmo. Certas vezes, a afeição que se sente por alguém é usada como forma de aprisionar essa tão querida pessoa. Se eu pudesse, transformaria algumas pessoas em miniaturas e as carregaria no (meu!) bolso. Mas, não posso e devo aprender com isso. A vida é uma experiência bem curta, os relacionamentos encontrados nela são mais fugazes ainda. As pessoas não são eternas, o máximo de eterno que se pode ter em relação a alguém é o sentimento. Chegará o dia em que a separação será necessária. O contato se perde, as conversas são raras. Nós, viventes, nos separamos por nossas escolhas, não podemos viver em função dos outros, por mais que queiramos, por mais que seja prazeroso ou necessário. Deve-se respeitar a independência e liberdade de cada um.
De certa forma, o desejo de aprisionar alguém, de guardá-la no bolso, tem a ver com a incapacidade de aproveitar cada momento do relacionamento. Deseja-se alguém para sempre porque cada pessoa é uma fonte inesgotável de sensações. E se quer prová-las, uma a uma, com o seu "prisioneiro afetivo". Mas a beleza dos pássaros está no seu voo, não há como essa beleza se manifestar numa gaiola. É preciso deixar, deixar que o pássaro voe, talvez volte ou talvez você nunca mais o alcance. Mas, deixar que ele voe faz parte da confiança. É mais fácil manter um pássaro livre no seu quintal do que engaiolá-lo e perdê-lo assim que a gaiola quebrar. Você conheceu o pássaro livre, não possui o direito de aprisioná-lo. E assim são pessoas, livres, efêmeras, fugazes. Elas vão embora, porém, nunca igual a como chegaram e sempre mudando algo em quem deixam. O seu tempo não é o mesmo dos outros, então a ida nunca será sincronizada com sua capacidade de deixar ir. É melhor aceitar para que o sentimento (o único eterno) seja feito de boas lembranças, não da frustração pela "perda".

Depois de algum tempo você aprende a diferença,

a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.

Um Manual de Sobrevivência - Willian Shakespeare.

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