Bobo da corte, bufão, bufo ou simplesmente bobo é o nome pelo qual era chamado o "funcionário" da monarquia encarregado de entreter o reis e rainha e fazê-los rirem. Muitas vezes eram as únicas pessoas que podiam criticar o rei sem correr riscos.
Os bobos da corte são figuras interessantes. A começar porque de bobo pouco têm, são espertos, de pensamentos rápidos e traiçoeiros. Depois, porque geralmente têm algum fim para todas as suas ações, esperam conseguir algo de alguém. Sabem mentir, esconder e até manipular. De toda a corte, para mim são os mais interessantes, não têm uma posição beneficiada, não se apoiam em suas origens, dependem apenas das suas habilidades e inteligência. Às vezes me sinto um bobo da corte. É preciso fazer alguns rirem para, posteriormente, rir mais. É sensato se fazer de bobo para que outros não exijam mais do que se pode entregar. Minhas habilidades interessam [ou deveriam interessar] apenas a mim, uso-as quando percebo que é apropriado, com meios sutis para conseguir o desejado. Em passos mudos se trilha uma tranquila e sólida caminhada. Ser um bobo da corte é uma ótima maneira de desviar atenção dos seus projetos, é fazer com que tenham apenas uma impressão sua: a de que você está [apenas] preocupado em divertir os demais. Sim, engano, sim, dissimulo, mas é para manter meu ritmo. Além do mais,bobos muito sabem esconder a tristeza. Não adianta exibir algum mal que sinto, uma situação desagradável, uma perda, para a grande corte. A tristeza é uma sensação a ser divididas com poucos, do mesmo modo que gera compaixão, cria desprezo e demonstra fraquezas, que [para alguns "espertos"] são uma chance de se aproveitar. Enganar é necessário. Muita exposição gera expectativas, expectativas diminuem pessoas e trazem frustrações. Por isso, continuo assim porque de uma coisa eu sei: bobo bom é tão esperto que derruba qualquer rei.
2 comentários:
Adorei o texto! Nunca tinha visto o bobo da corte por essa perspectiva!
beeijo
Bobinho.
Abraços,
Diogo.
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