5/21/2009 11:00:00 AM Comment1 Comments

Tomado pelo lugar comum de que “A vida é uma escola”, convido todos ao retorno de seus tempos de estudo primário, quando ainda chamávamos a professora de “tia”, talvez imersos na ilusão de que todos que nos transmitem carinho e ensinamentos sejam nossos parentes. Lá, enquanto nossos pequenos corações descobriam novos sentimentos e não paravam de crescer, ano após ano, recebemos ensinamentos que só mais tarde seríamos capazes de entender a profundidade. Na sala, aprendemos a ler, mas só na convivência descobrimos ser possível a leitura não só de textos, mas de pessoas. Somos capazes de ler o próximo e nos ler, basta juntar as sílabas da forma correta. Na aula de matemática, conhecemos as quatro operações, porém, apenas mais tarde descobrimos que é possível somar com pessoas, subtrair sentimentos ruins, multiplicar os bons e saber quando dividir. Mais tarde, em química, quando estudamos as ligações atômicas, descobrimos a possibilidade de doar, receber e compartilhar nossas partículas, como se cada um fosse um átomo e seus sentimentos os elétrons. Ainda em química, descobrimos também que existem os gases nobres, pessoas que, por mais que desejemos, nunca iremos encontrar, nunca teremos contato, simplesmente não se misturam. Em matemática, novamente, descobrimos que menos com menos podem ser mais, desde que estejam dispostos a se unir. E, na aula de português, tomamos conhecimento de vários verbos e seus significados teóricos, mas só saberemos quando e por que usá-los na prática, na grande escola que é a vida. É nela que percebemos a verdadeira grandiosidade de palavras como amar, perdoar, compreender. “Palavras têm peso, uma vez proferidas não podem ser silenciadas, o significado é como uma pedra jogada em um lago; a ondulação na água se propaga e não se pode saber que margem vai inundar.” Estudamos a história do mundo para não repetir os erros do passado, estudamos a nossa história íntima para extrair o melhor que passou a fim de construir um futuro promissor. De fato, a vida é uma escola. De certos ensinamentos não podemos fugir, algumas lições teremos de maneira doce e encantadora, outras serão penosas e amargas. Vivemos numa troca inesgotável de informações, amigos podem ser seus professores, nossos pais um dia serão nossos alunos, cabe a nós saber que ensinamento dar aos que amamos. E, para viver, é preciso que um princípio nunca seja esquecido: “Nunca saberemos de tudo”, pois saber tudo tiraria a graça da vida, o encanto da aprendizagem, a beleza da troca. Por isso, tome cada dia como uma página de um livro que se lê com grande curiosidade e sede por sabedoria, extraia dele o melhor, por mais difícil que seja a leitura, e interaja com os personagens que encontrar em sua história. Todos nascemos para aprender e morreremos deixando aqui nossa contribuição para o aprendizado do próximo, pois aprisionar o conhecimento é a prova de que não se aprendeu a diferença entre dividir e compartilhar.

1 comentários:

Mariana Gominho disse...

O texto não é tão clichê assim não viu?! Eu adorei! E ler as pessoas é algo realmente bem difícil, interpretar é correr risco... às vezes é até mesmo melhor relaxar e se divertir, deixando a loucura de desvendar intenções de lado. Beijão!

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